Quando a ansiedade nos afasta de nós mesmos: redescobrir a presença e o equilíbrio através da presença e da terapia
- Bárbara Barros Viseu
- 7 de nov.
- 1 min de leitura
Atualizado: 8 de nov.

Há momentos em que a vida nos pesa mais do que conseguimos sustentar. Sentimo-nos como se estivéssemos constantemente em alerta, mesmo sem perceber bem porquê. A ansiedade instala-se, não apenas como um pensamento, mas como uma presença física, um aperto no peito, um nó na garganta, uma distância de nós próprios.
A verdade é que, quando vivemos sob tensão constante, perdemos contacto com a nossa experiência interior. As emoções parecem confusas ou até ameaçadoras, e muitas vezes tentamos controlá-las, racionalizá-las ou afastá-las. Mas quanto mais o fazemos, mais nos afastamos do nosso próprio centro.
A terapia pode ajudar-nos a compreender o que estamos a viver e a encontrar apoio num espaço onde tudo pode ser dito e sentido. Ao trazer atenção ao corpo, à respiração e ao que emerge no momento, começamos a reconhecer padrões, a dar significado ao que parecia apenas caos. É um processo que não se faz apenas com palavras, mas também com presença - a do terapeuta e a do paciente.
Gradualmente, o que era apenas ansiedade transforma-se em algo mais compreensível: sinais de necessidades internas, de dor antiga, de partes de nós que ficaram sem voz. E, a partir dessa escuta, pode surgir um novo tipo de relação connosco, menos baseada no controlo, mais enraizada na confiança e no reconhecimento da nossa própria humanidade.
O caminho terapêutico não elimina a ansiedade da vida, mas permite-nos relacionar-nos com ela de forma diferente, com mais clareza, compaixão e capacidade de escolha.


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